Desde o inicio dos tempos, a humanidade realiza guerras entre si. Sejam elas por terras, por comida, por água, ou até mesmo por nenhum motivo. A questão é: o ser humano sempre está em conflito com outros da mesma espécie. Não importa a cor da pele, não interessa a etnia ou a religião. Todos sempre querem tomar o lugar do outro ou dominá-lo.
Na segunda grande guerra, quando os guardiões dos outros mundos sopraram as grandes trombetas douradas, que tinham formato de leões ferozes de olhos vermelhos igual ao sangue que seria derramado, os humanos não tiveram tempo o suficiente para se prepararem para o que estava acontecendo.
O Todo Poderoso, que tem muitos nomes, mas todos o conhecem por apenas um: Deus, criou três dimensões diferentes. Assalad, que era pra onde os malfeitores iam após suas mortes. A dimensão era basicamente feita de fogo, rochas e sofrimento. O Criador criou-a para que todos pagassem por seus crimes, Deus não permitiria injustiças entre suas criações.
Hassed, habitada por belos seres alados, feitos à partir das estrelas que brilhavam no céu nas noites escuras do universo. Poucos humanos iam para o Paraíso, que era como o chamavam, pois muitos deles não seguiam as palavras do Senhor. Por isso Hassed podia ser chamada de "última esperança".
E por último, mas não menos importante, ou mais importante. Estava Nitadapon, o mundo dos humanos. Ou como os anjos a chamavam: A ratoeira. Pois os filhos da luz sentiam ciúmes das pessoas que Deus afirmava serem sua "melhor criação".
- Eles nunca ajudaram nosso pai a destronar reis da maldade! - diziam os arcanjos, líderes das tropas que protegiam Hassed.
- Calem-se! - respondia vosso senhor, que ouviu todas as palavras do arcanjos desde que ele os criou. - Eles são meus filhos, seus irmãos mais novos. E vocês devem protege-los sempre!
Em Nitadapon muitos duvidavam da existência de uma entidade criadora, e passaram a acreditar em diferentes deuses. Deuses que não existiam. Deuses que não os criaram. Deuses que não iriam cuidar deles.
No dia do juízo final, cuja data é desconhecida, muitos humanos pediram perdão por todos os seus pecados. E apesar da inveja do anjos, eles foram protegidos. Mas devido a negligência dos arcanjos, poucos conseguiram sobreviver.
Cadáveres de anjos eram atirados através dos Portões Dimensionais. Portais que não foram criados por Deus ou por outra entidade mística, eles simplesmente surgiram em meio ao caos.
Em Assalad os anjos eram cruelmente transformados em sombras. Os temidos demônios. Foi o que aconteceu com Adael, o líder da justiça, que agora era chamado de Príncipe da Dor. Antes usava uma bela coroa dourada, com uma grande armadura com as costas desprotegidas para dar espaço às asas. Mas isso não era ruim. A única forma dos anjos morrerem era se eles fossem decapitados pelas lâminas prateadas criadas pelo Criador.
Agora Adael trajava um elmo que cobria todo o rosto, agora deformado pelos filhos da noite. Sua armadura dourada era agora escura como as noites de inverno. Sua arma era uma grande foice prateada, podia cortar até mesmo as almas humanas. Três grandes pinos de aço foram cravejados em suas costas, para que sentisse dor constantemente. Suas asas, que eram as maiores e mais belas entre os anjos, eram agora cinzas idênticas as tardes chuvosas de Nitadapon.
Em meio ao caos que fora implantado no universo, Deus ainda tinha esperanças. Esperanças de que em um futuro próximo, alguém iria ser puro o suficiente para destruir todo o mau. Esse alguém era chamado de Filho das Estrelas, os sacerdotes escreveram poesias sobre ele séculos antes de seu nascimento. Ele seria o último humano que poderia destruir as trevas.
- Eu o espero. - disse Deus fitando seu belo mundo, agora destruído por seus filhos mais velho, que ele mesmo banira para a quarta dimensão. Um lugar desconhecido e quem nem ele sabia ao certo onde era.
Enquanto criava esculturas com nuvens o Criador disse:
- As trevas cairão e a luz irá se erguer novamente.